quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sobre o show de Curitiba

Por Márcia Holsbach Beltrame e Laís Bastos da Silva ...


Antes do início do show, na segunda noite do mês de outubro, já nos encontrávamos encantadas com a beleza do cenário, colorido, criativo, alegre. Por outro lado, decepcionadas com o público, que não chegou a lotar a casa, talvez o atraso do show se deva a este fato, a espera que chegassem mais pessoas. Infelizmente a divulgação do show foi semelhante a uma nota de rodapé. O que não alterou a qualidade do que estava por vir.
Finalmente os músicos entraram no palco, vestidos de ternos diferentes uns dos outros, porém, tênis iguais. O que nos surpreendeu foi presença agradabilíssima de Edgar Scandurra entre os músicos, pois embora soubéssemos de sua participação no CD, sequer sonhávamos com a possibilidade de que fizesse parte da banda durante a atual turnê.
Dentro de segundos, Arnaldo Antunes invadiu o palco com seus passos largos e desajeitados, ao som de “Iê Iê Iê”, o que anunciava, logo de cara, um show novo, animado, dançante e com direito a muito rock. Prova disso foi “Fora de Si” ter voltado para o set list que, vale dizer, contou com todas as músicas novas sendo mescladas com algumas de outros artistas e que remetiam a época do Iê Iê Iê. “Consumado” e “Essa Mulher” voltaram para o set list, “Socorro”, “Judiaria” e “Pedido de Casamento” permaneceram. “Sem você” não fazia parte do repertório, mas Arnaldo atendeu ao pedido de uma fã, conversou rapidamente com os músicos e tocaram a música do “Qualquer”, 2006, que a fã havia solicitado através de um cartaz.
Nosso gênio costuma estabelecer uma proximidade com os fãs em seus shows que é incrível. De início e como de costume, ele se sentou na ponta do palco, continuando a cantar, a centímetros dos fãs. Num determinado momento, transferiu o microfone de sua boca para a de uma fã. E depois de muito agito, ao som da tranqüila e introspectiva “Meu Coração”, como se a emoção da música já não fosse o suficiente para causar arrepios no público, Arnaldo Antunes desceu do palco e se misturou aos fãs enquanto cantava,caminhando lentamente entre eles e causando euforia.
Além de toda a performance e o talento do Arnaldo, temos que destacar o de seus músicos, que tomam conta do palco em todos os sentidos e cada um a sua maneira artística de ser, tornando o show, de fato, completo.
O show teve direito a nada menos do que quatro bis. Sim, foi isso mesmo, quando achávamos que tinha acabado e éramos tomadas pelo sentimento de angústia pós- show, Arnaldo e banda voltavam para o palco, fazendo com que, da ultima vez, ficássemos na dúvida “será que acabou mesmo?”. A resposta poderia ser não, afinal, ainda tínhamos fôlego e coração para muito mais...

Iê Iê Iê por Arnaldo Antunes

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