sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Documentário: Titãs- A vida até parece uma festa !


No dia 16 de Janeiro de 2009 o cinema brasileiro será contemplado com a estréia nacional do documentário “Titãs -A vida até parece uma festa”, dirigido por Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves. O filme não se trata de um documentário, digamos, narrado; a história da banda (Titãs) é contada por uma séria de imagens que foram gravadas desde o início da carreira. O Branco costumava filmar os momentos com a banda, e o olha no que deu... Os arquivos dos programas em que os Titãs participaram na TV, em grande parte, foram cedidos pelo Nando Reis, sua mãe tinha o costume de gravar tudo. Todos sabem a importância que Arnaldo teve dentro da banda, a turbulência que foi sua saída, fãs revoltados, fãs tristes, medo de que a banda chegasse ao fim, etc... O filme retrata a essencialidade de cada um deles no seu devido lugar e tempo. Poder ver os bastidores de tudo isso e reviver alguns momentos é emocionante, arrepia. Incrível. A pré- estréia em São Paulo, no dia 28 de Outubro, contou com a presença de Titãs e Ex- Titãs, o que para os fãs, foi de extrema emoção. Trata-se de um documento, um momento, que ficará nos arquivos, sejam eles concretos, sensíveis, ou memoriais, de cada um de nós e, com certeza, deles também. Trata-se de um período da vida do nosso querido Arnaldo Antunes. Como prefiro deixar os comentários cinematográficos (e mais alguns outros) para depois da estréia, por enquanto, indico o filme e deixo algumas fotos e o trailer para que vocês possam conferir.

Pré estréia São Paulo:
A banda:

Trailer:
http://mais.uol.com.br/view/140328


Vale a pena conferir!



Laís Bastos da Silva

terça-feira, 29 de julho de 2008

Show Jeneci


Um músico de talento que merece respeito! Não percam!
Ingressos : R$ 10,00 - inteira / R$5,00 (meia)Cota de ingressos gratuitos para alunos de escolas públicas (retirar na bilhetria com 30 minutos de antecedência)

terça-feira, 17 de junho de 2008

"O silêncio que ninguém ouviu" (Por Laís Bastos da Silva)


“O silêncio que ninguém ouviu”

Arnaldo Antunes, juntamente com Marcelo Jeneci, Betão Aguiar e Chico Salem, fez uma brilhante temporada de shows neste final de semana em Curitiba. Os ingressos estavam previstos para iniciarem a venda a partir das 12h do dia 11/06 (Quarta Feira), cheguei um pouco antes das 11h e me deparei com cinco ou seis pessoas na fila que, em pouco tempo, aumentou e invadiu as portas do Teatro da Caixa, local onde foram realizados os shows. A aflição e nervosismo começaram ali, a regra era clara, direta e inquestionável: Apenas dois ingressos por pessoa. Fãs como eu e Márcia, que pretendíamos comparecer nos quatro dias, tiveram de optar por dois dias. Fãs que não puderam enfrentar a fila, perderam, o que é muito triste, pois o horário era ruim, muitos trabalhando,estudando. Eu, por exemplo, pretendia comprar para várias pessoas, mas tive que “dar meus pulos” para conseguir o ingresso da minha mãe e o da minha irmã. Depois desta aflição, outra preocupação: “Será que conseguimos na primeira fila”, “O que você vai trazer para ele autografar?”, “Vai falar com ele sobre o fã clube?”, “Em que dias você vêm?”. Dúvidas e mais dúvidas. Boas amizades foram feitas e alguns reencontros. Ingresso na mão, sorriso nos lábios, alívio no coração e ansiedade em tudo.
Soube que não demorou muito para que fossem esgotados, bom para alguns, ruim para outros.
Quinta feira (12/06): A temporada carregada de talentos e emoções, teve início. Ainda não consegui conversar com ninguém que foi no primeiro dia, imagino que deve ter ocorrido tudo bem.
Sexta feira (13/06): Quando sentamos, não nos conformamos com a distância do palco, mínima. Um pouco mais de 21h, Chico, Marcelo e Betão entraram no palco tocando “Fim do dia”, música perfeita para começar um show daqueles. Não entendo muito de música, mas eles entendem e, a impressão que tenho, é que escolhem como primeira aquela que vai arrancar fortes emoções do público, pelo menos foi o que aconteceu comigo. E eu esperava que fosse “Não vou me adaptar”, mas esta veio mais tarde. Quando Arnaldo Antunes entrou no palco, as palmas e a música ganharam vida juntamente com o sorriso dele. Senti o coração na garganta, era o início de bombardeios tanto no meu corpo, quanto no meu espírito. O show foi cheio de surpresas e durou cerca de uma hora e meia, tirei algumas fotos, tentei fazer vídeos, mas eu não tenho paciência para ficar cuidando de câmera numa hora dessas.
O Arnaldo tem uma presença de palco incrível, é como mencionei no texto “Um ser de outro mundo?”, mais abaixo, pura poesia. Ele dança conforme nós gostaríamos de dançar ao ouvirmos a música, ele encena, expressa, revela. Fantástico. Não há palavras exatas para descrever o que se sente em seu show, é preciso estar lá, respirar a música, viver os gestos.
Os músicos que o acompanham são talentosos e alegres. Destaco Jeneci, que roubou a cena em “O Silêncio”.
Quando o show chegou ao fim, lamentamos é claro, ninguém cansou, todos queriam mais. E eu teria mais.
Sábado (14/06): Pelo que ouvi do lado de fora do Teatro, o público estava mais animado e o que gostei, e muito, foi que, em “O Silêncio”, o público realmente ficou em silêncio quando era preciso, achei o máximo. Fiquei me emocionando sem vê-los.
Domingo (15/06): A temporada chega ao fim, para a tristeza dos que já estavam se acostumando com a presença quente de Arnaldo e Cia na cidade fria. O show estava previsto para iniciar às 19h, mas atrasou um pouco. Em contrapartida, quando entraram no palco,o Teatro ficou menor do que já é e, desta vez chorei, choraria mais se não respirasse fundo e cessasse a sensibilidade que, ao vê-lo, tornou-se frágil, rasgante.
Fechado com chave de ouro, o show de Domingo foi, em minha opinião, o melhor, o mais emocionante. Tudo bem que em “O Silêncio” não se ouviu silêncio algum, mas as vozes, palmas e corações transcenderam o Teatro. Sorte da minha irmã que nunca tinha ido num show do Arnaldo e da Ana, minha amiga, que também é fã, mas só pôde ir no último dia. Numa palavra: Extraordinário.
Eu não consegui fazer nada a não ser pedir ao Arnadão que não demorassem para voltar. Poucas vezes se recebe um carinho e uma atenção tão especial de um ídolo. O Arnaldo Antunes é um exemplo de artista, sim artista e não "estrelinha", que tem talento de sobra e diversificado, e ainda, dá aos fãs o valor que eles merecem. Educado, querido...
Acredito que, em nome de todos os fãs, posso afirmar que só temos a agradecer por esses momentos inesquecíveis que Arnaldo e banda conseguiram nos proporcionar, fervendo a cidade não com barulho, mas com um ar musical cercado de brilho e emoção. Um sonho!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Fã Clube Curitiba -PR

"O QUE VOCÊ QUER SABER DE VERDADE"





Cadastro: faclubearnaldoantunescuritiba@yahoo.com.br

sábado, 24 de maio de 2008

Um ser de outro mundo? (Por Laís Bastos da Silva)



Minha mãe, certa vez, disse que Arnaldo Antunes parecia um ser de outro mundo, concordei. Ele não só parece como deve ser. Um homem que teve a ousadia de encarar os olhos do público que rejeitou e manifestou-se com vaias diante de nove caras que subiram em cima de um palco, com uma bateria de caixas de papelão e pincéis, porque aquilo o fortalecia. Na verdade, acredito que fortaleceu todos os Titãs, talvez todos sejam de outro mundo, mas, afinal, de que mundo estamos falando? Se for o mundo da mesmice, da regra, da ordem, com certeza eles se encontram fora. Mas, voltando ao assunto ARNALDO ANTUNES, eu não gostava da sua voz, embora fosse apaixonada por suas poesias, músicas, prosas. O que me fez mudar de opinião? Um “boa noite” numa palestra! Foi como se sua voz tivesse atingido, antes dos meus ouvidos, o meu coração e, imediatamente, me senti uma perfeita idiota por tê-la desmerecido antes. Senti algo parecido com o que sinto ao ouvir os gritos de Cazuza, a diferença é que Arnaldo não precisou gritar.
Segundo o artista que ouso chamar de gênio, há poesia nos fatos, e (de fato), é o que sua presença de palco exprime: poesia pura. Quem ainda não teve a oportunidade de prestigiar seu trabalho solo, recomendo. Muitas pessoas relatam que choram em shows, seja porque a música é forte ou pela emoção de ver o ídolo, eu sempre tive dificuldades para tal, geralmente grito. Dois shows me arrancaram algumas lágrimas, o primeiro foi o do Arnaldo Antunes com a música Hotel Fraternité, de repente me vi chorando e até hoje não sei o motivo exato. O outro foi quando realizei meu sonho, um show dos Titãs, não consegui controlar. Tudo muito rápido e marcante (fatos, poesia?).
Como diria Nando Reis “Temos dois lados, pois temos frente e verso”, no Arnaldo consigo enxergar vários lados, uma agressividade que fere, outra que cura,acalma. Poesias coloridas, poesias preto no branco, umas que demandam mais atenção, outras que bastam serem vistas. Textos que defendem, acusam, definem. Músicas que comparam, arrancam, rasgam, enfim, que despertam diferentes sensações e, sem perceber, você pensa ou menciona: “Parece coisa de outro mundo”, e pergunto: Que mundo?

A idéia do fã clube surgiu meio que de repente e, várias situações me levaram a amadurecê-la e colocar para fora, sem medo do resultado. São elas: O Arnaldo está sempre em Curitiba, Curitiba o admira e ele a respeita; não soube da existência de nenhum fã clube na capital; acredito que o trabalho solo dele merece um valor e uma divulgação bem maiores da que têm; considero extremamente importante reunir os fãs para prestigiar, discutir, trocar informações e conhecer o trabalho do artista; gosto de me envolver com esse tipo de coisa, me responsabilizar por opção e não por pressão, etc.

Sejam todos bem vindos.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ao vivo no estúdio: Por Arnaldo Antunes


Ao vivo no estúdio por Arnaldo Antunes

Quando comecei a conceber o disco Qualquer, em 2006, tinha a intenção de gravá-lo num show, em DVD. Já era então um desejo antigo, mas como não pudemos viabilizar a tempo a produção para esse projeto, optei por gravar apenas o CD, em estúdio mas praticamente ao vivo, com todos os músicos tocando juntos, ao mesmo tempo.
Qualquer foi lançado em setembro do ano passado e, em outubro, estreávamos o show. Adaptamos os arranjos do disco (todo gravado apenas com instrumentos de cordas e piano) para a formação de um trio, composto por Chico Salem (que também havia participado da gravação do disco), nos violões de aço e nylon; Betão Aguiar, na guitarra e violão de nylon, e Marcelo Jeneci, nos teclados e sanfona. Creio que conseguimos recriar a atmosfera do disco, com algumas novidades de timbres e levadas. Talvez a mais marcante delas seja a presença da sanfona e dos teclados elétricos, em lugar do piano.
Aos poucos, a sonoridade foi ficando mais coesa, com os diálogos entre os instrumentos tecendo uma feição própria, de banda, o que me estimulava ainda mais a querer gravar o show em DVD.
Além das músicas do Qualquer, rearranjamos várias outras de meu repertório, trazendo-as para esse contexto sonoro mais intimista, sem bateria ou percussão. Em algumas, mudei o tom em que havia gravado originalmente, para aproximá-las da forma de interpretação menos gritada, mais grave, na região mais natural da minha voz. Entraram O Silêncio, Saiba, Pedido de Casamento, Judiaria, Socorro, Se Tudo Pode Acontecer, Fim do Dia, entre outras (dos álbuns Ninguém, O Silêncio, Um Som, Paradeiro e Saiba), incluindo releituras de Não Vou Me Adaptar e O Pulso, canções de minha época nos Titãs.
E ainda versões de Bandeira Branca (Max Nunes e Laércio Alves), que eu havia gravado para a trilha sonora do filme Gêmeas, a convite do diretor Andrucha Waddington, em 1999 (aqui mesclada, por uma certa conjunção poética, com O Buraco de Espelho), mas que não havia sido lançada em disco, e de Qualquer Coisa, de Caetano Veloso. Essa última escolha foi motivada pelo fato de eu estar fazendo um show intitulado Qualquer (assim como o CD), no qual há, além da faixa-título, uma música intitulada As Coisas (parceria minha com Gil, gravada por ele e Caetano em Tropicália 2 e regravada por mim no Qualquer), além de Socorro (parceria com Alice Ruiz), cujo refrão diz “Qualquer coisa que se sinta...”. Para mim, era como se o Qualquer Coisa do Caetano já estivesse sobrevoando e eu apenas decidisse deixar ele pousar. O caminho peculiar que o arranjo foi tomando nos ensaios, bem diferente da gravação da gravação de Caetano, também me animou a encarar essa releitura.
Nunca tive tanto prazer em cantar como nesse show. A sonoridade se adequou muito bem à intenção que eu queria imprimir no canto, mais sereno, saboreando cada sílaba. O resultado parece evidenciar as próprias canções (e a compreensão mais clara das letras), sem perder uma vibração, inevitável para mim, na atitude como sou levado a me comportar no palco. Herança do rock’n roll.
Após um ano de estrada com o show Qualquer por muitas cidades do Brasil, finalmente surgiu a oportunidade de registrá-lo em um DVD. Para nós era perfeito, pois tivemos tempo de ir aprimorando os arranjos, experimentando mudanças no roteiro, azeitando a máquina.
Mas não queria fazer apenas mais um registro de turnê. Achava que essa era uma oportunidade de criar algo especial para a linguagem do vídeo. Aí pensamos em voltar para o estúdio e, invertendo a maneira como havíamos feito o disco (no estúdio mas ao vivo) propusemos gravar um show, com público, mas no estúdio (onde teríamos condições muito favoráveis de captação de som e imagem).
O Mosh entrou na parceria, oferecendo a sala de seu estúdio A para a gravação, além de toda a estrutura para a finalização (mixagem, edição, masterização e autoração).
Gravamos para uma pequena platéia de cinquenta pessoas, sentadas no chão do estúdio, ao nosso redor. A sala da técnica, separada da sala de gravação por um vidro, acabou fazendo parte da cena.
O show já tinha um vídeo, criado por Marcia Xavier e Doca Corbett, todo em preto e branco, que funcionava como um cenário em movimento, e os figurinos, criados por Marcelo Sommer, eram todos em diferentes tons de cinza. Como já tínhamos nos apegado a esse ambiente, muito adequado para o som que vínhamos fazendo, pensamos em produzir o DVD todo em preto e branco.
Para dirigir, chamei Tadeu Jungle, que já havia dirigido dois de meus clipes (Poder e O Silêncio) e com quem tinha há tempos o desejo de fazer um trabalho de mais fôlego em vídeo. Propus trabalharmos com um conceito de luz e fotografia bem contrastadas, que se afastasse da textura dos programas de televisão e se aproximasse da estética do cinema expressionista alemão do início do século passado. Convidamos Marieta Ferber para criar o cenário, que ficou bem bonito e apropriado ao clima que buscávamos.
Como esse é meu primeiro DVD (e CD) gravado ao vivo, quis que ele fosse bem representativo de minha carreira, de uma maneira geral. Ampliei um pouco a panorâmica que o roteiro dá sobre o meu repertório, incluindo algumas outras canções, além de uma inédita (Quarto de Dormir, parceria minha com Marcelo Jeneci).
E convidei para participarem alguns artistas amigos que foram importantes nesses 25 anos de carreira. Com Nando Reis cantei Não Vou Me Adaptar, que gravamos juntos com os Titãs (no disco Televisão e, posteriormente, no Go Back, ao vivo em Montreux) e que ele incluiu depois em seu repertório solo. Com Edgard Scandurra fiz Judiaria (de Lupicínio Rodrigues, que gravamos juntos no álbum Ninguém), quase toda apenas com voz e guitarra. Com Branco Mello cantei Eu Não Sou Da Sua Rua, parceria nossa dos anos 80, que havia sido gravada por Marisa Monte em 91 e que eu regravei no Qualquer.
Com as presenças de Branco e de Nando estava bem representada minha fase nos Titãs. Com Edgard, parceiro que participou de todos meus discos; minha carreira solo. Faltava minha outra banda, Tribalistas. Carlinhos e Marisa atenderam ao meu chamado, e veio também Dadi, que gravara conosco, para fazermos duas músicas daquele repertório — Um a Um e Velha Infância.
O resultado está aí.
Ao Vivo No Estúdio.
Espero que quem veja e ouça se divirta tanto quanto nós, ao gravá-lo.

segunda-feira, 21 de abril de 2008